Terra escura, mãos sujas

Um festival retira nutrientes do seu ambiente natural. O sol, a poeira, os pinheiros, os crustáceos do lago, as videiras, os ratos do campo – todos os elementos que coloram a vibração em que os seres humanos se imergem.

Há um ano que alguns de nós moram no terreno e temos em curso alguns projectos vitais de (re)ecologização.

Sempre soubemos que, a fim de plantar raízes fortes nesta terra, e de nos ligarmos profundamente a este espaço, não apenas como o nosso terreno de pisoteio, mas como o nosso habitat, a nossa casa, precisaríamos de criar algumas raízes. A agricultura de monocultura está a esgotar o solo da sua riqueza e a terra da sua biodiversidade. Queremos sintonizar-nos com os seres originais e antigos desta região  e explorar novas relações com as árvores, arbustos, flores e ervas daninhas.

A melhor altura para plantar uma árvore foi há vinte anos atrás, a segunda melhor altura é agora.

Portanto, em colaboração com Câmara Municipal do Crato e Terrasua, o colectivo que desenvolveu o desenho paisagístico regenerativo e comestível para o terreno do Waking Life, queremos criar um novo e vibrante ecossistema onde a flora e fauna endémicas possam florescer, onde um dossel fresco da floresta albergue pássaros, pequenas árvores, ravers, instalações, experimentadores, investigadores guerrilheiros e outras entidades simbióticas.

Ao longo do ano, o terreno transformar-se á numa espécie de parque de diversões para polinização cruzada entre diferentes campos, tais como arte, tecnologia, ciência, construção, imaginação, para cultivar a curiosidade, colaboração e eco-espírito.

É tempo de sujar as nossas mãos. Deitar mãos à terra escura, profunda, sujo.

Em meados de novembro deste ano, começaremos com a fase uno da componente de regeneração da terra e precisaremos de uma equipa de cerca de 30 voluntários empenhados para se juntarem a nós, pelo período de uma semana até um mês. Vamos plantar um pomar mediterrânico exuberante, e mais de 4.800 árvores (o dobro dos participantes da segunda edição).

Entretanto, atividades de grupo, tais como a implementação de linhas de corta-ventos e corta-fogos, observação das estrelas, ou apanha de cogumelos, serão ofertas regulares para aprofundar as ligações entre nós e a pequena e estranha aldeia que floresce lentamente no meio do deserto de eucaliptos…

Durante o período de implementação, planeamos também realizar dois cursos pagos sobre tópicos chave de permacultura, incluindo um sobre permacultura e agricultura regenerativa e outro sobre as funções, concepção e implementação de linhas de corta-vento e de corta-fogo. Evidentemente, estes workshops são opcionais. Se estás interessado em participar nos workshops, mas não estás na possibilidade de ser voluntário, não hesites em contactar pauline@wakinglife.pt.

Para mais informações sobre os objetivos específicos, as diferentes atividades, e outras informações, abre o documento prático e o contrato de voluntariado.

Se desejas participar, pega numa pá e preenche este formulário.

Estamos ansiosos por crescer em conjunto contigo.

Com amor,
A equipa do Waking Life